O DIA DA PROVA
Dormi bem. Acordei motivada. Café da manhã de
acordo e a adrenalina subindo. Chegando na ironman city, arrumar a transição,
checar as sacolas e partir para a largada.
E que largada da natação!! Era um mar de triatletas
“emborrachados”... Demais o clima! O nascer do sol e nós largando naquela manhã
que prometia um dia maravilhoso.
A primeira puxada, até a primeira boia, foi
tranquila, tanto que fiquei bem empolgada com meu tempo. O retorno para a boia em
terra foi mais complicado porque entrou a correnteza e a natação ficou mais
difícil. Porém, sob controle. Levei apenas 2 chutes até então. Contornando a boia
na areia, vi minha mãe e foi um alento e motivação para a segunda perna. A ida
para a próxima boia foi igualmente ruim. Correnteza ainda puxando, abri uma
barriga. Mas pensei: “pra quem tava com medo da natação, vc já cumpriu mais de
2/3 da prova. Ta chegando!!” Então acelerei e quando vi já estava concluindo a
natação. Foi uma alegria sem fim aquele momento.
A T1 foi demorada pois tinha que me “aparamentar”
toda para os 180km de ciclismo que viriam. Saí bem para o pedal, sem as dores
no ombro que me atormentaram 1 mês antes do ironman e nem na lombar. Primeira
volta de 90km fui bem. Cabeça 100%. Motivada e tranquila. Na segunda volta, caí
no km130, no special needs. Quando fui desmontar da bike, o staff soltou-a e eu
cai batendo as costas (lombar e sacra) no meio fio. Na hora a dor foi
imensurável...eu chorava e dizia que não queria acabar meu IM ali. Prontamente
o coordenador veio, me imobilizou e deu o atendimento inicial, inclusive me
acalmando. Disse que o médico precisava ver por ser trauma de coluna. Fiquei
ali paradinha esperando. E então fui liberada pois eles acreditaram ter sido o
impacto da pancada somente. Voltei os 50km com média de 22km/h de tanta dor. Na
beira-mar Norte, juro que pensei em parar. Fui indo, indo e decidi tentar
chegar até a transição. No caminho tive o privilégio de pedalar ao lado dos
irmãos Arthur e Hudson Pires, que estavam numa energia contagiante. Ali foi uma
injeção de ânimo para chegar na T2 - e
ali pensaria se sairia para a maratona ou não.
Chegando próximo a transição, contei com o apoio do
meu anjo da guarda nesse IM: David Homsi. Não me deixou nem pensar em pensar em
não correr. Já foi me colocando pra cima, dando força, ajudando. Foi tudo tão
automático que calcei o tênis, alonguei, peguei gel e jujubas e fui para a
corrida...quando vi já estava com ritmo encaixado, correndo com dores mas
correndo!
A primeira volta – 20km- foi INCRÍVEL! Amei cada km
desse percurso. Não tinha como desistir ou ir mal. Fechei dentro do previsto
esta volta. A volta seguinte – 10,5k- já foi mais chata, porém sob controle.
Ainda conseguia correr, mesmo com as dores aumentando. A ultima volta foi uma
alegria só. Corri com duas triatletas – Juliana (RJ) e Beth (SP) e nem senti
10,5k. Meninas incríveis. Fizemos um super trio para voltar. Quando percebi
estava na Av. Búzios, no Il Campanaro, e logo vi o pórtico de chegada. Foi
incrível! Eu só pensava: “eu corri 42km com dores e não senti cansaço. Não vi
nem passar e to com tanta dor. Como é que pode?”
Bati no David ainda..na passagem para o pórtico...e
quando vi toda aquela festa: “Vivian, vc é um ironman!” É SENSACIONAL.
Fui comer, hidratar, retirar a bike e me despedir
dos amigos. Ainda tinham atletas perseverando e correndo. Lindo de se ver.
Enfim, indo pro repouso do guerreiro.
Chutes? Nadar já é chato (na minha opinião) e ainda ter que levar chutes!?
ResponderExcluirNão entendi esta parte:
"Na segunda volta, caí no km130, no special needs. Quando fui desmontar da bike, o staff soltou-a e eu cai batendo as costas (lombar e sacra) no meio fio. "
Como assim "quando fui desmontar da bike"? Você ia desmontar porque caiu? Ou, no IronMan, a cada x km se desmonta da bike?
Vivi, você nos faz ter a sensação de que tudo isso é muito fácil.
ResponderExcluirCaraca! Que coisa impressionante. Após levar esse p... tombo e ser atendida, esfriando o corpo e com a mente aberta aos pensamentos mais sórdidos você ainda teve peito pra voltar e correr 'apenas' uma Maratona... Afffff.
Eu caí na Supermaratona de Rio Grande no ano passado. Fui de queixo no chão... É uma das piores sensações.
Parabéns, Ironman!!! Botou pra quebrar!