7 de jun. de 2012

Ciclistas agora são kamikazes urbanos

Pessoal,

Hoje lendo alguns tweets, me deparei com um da Revista Época, o qual trazia a coluna de Luis Antonio Giron com o chamariz: "Parem os ciclistas". Fiquei curiosa e fui ler o artigo na íntegra. Foi quando me deparei com uma série de atrocidades sobre ciclistas e o movimento por mobilidade urbana.  Li 2..3..4 vezes tal artigo para ver se não havia lido nada errado. Incrivelmente, não. 

O artigo é um rosário de #mimimis contra ciclistas. Tudo começou com um "encontrão" entre o senhor autor e um ciclista em um parque de São Paulo. Encontrões esses que são comuns, ainda mais em parque onde não há pista exclusiva para ciclistas (o que não sei pois não conheço esse parque). Local de convivência comum, ainda mais para esporte e lazer, tem que estar atento o tempo todo.  Compreendo que em alguns locais essa convivência não seja fácil, mas colocar todos na mesma balança foi algo ignorante demais.

Entretanto, devido ao "encontrão" houve uma discussão e eis que se inicia um ataque "ciclofóbico" do autor do artigo.

Inicialmente transforma todos em bandidos, ou melhor, cachorros - ao denominar o grupo "uma matilha". Além de jocosamente definir o ciclista como: "sujeito alto, de collant amarelo-limão, óculos de surfista e capacete". Isso me leva a crer que o autor deve ser baixinho, fora de forma e ter algum trauma com óculos esportivos. 

E ainda denominar a "horda cicloativista" de "kamikazes urbanos".

Nada justifica violência e discussão. Ele mesmo admite que estava no lugar errado. O choque de um ciclista em treino com um pedestre pode ter consequências terríveis. Para ambos. Era uma questão de atenção. Mas reitero, nada justifica violência, verbal ou física.

Mas é mais fácil vitimizar e desenrolar uma série de ofensas e choramingos. Bem se percebe que esse senhor não tem contato com a realidade do ciclismo nem mobilidade urbana. Achei lamentável tomar um ponto isolado como regra geral e transformar todos os ciclistas e simpatizantes da mobilidade urbana em um grupo terrorista pronto a atacar qualquer pedestre ou em serial killers sobre rodas.

Em tempos de sustentabilidade, Rio +20, criticar a mobilidade urbana e as manifestações populares em prol de um trânsito melhor e meio ambiente mais limpo, esse senhor vem no sentido contrário, DESDENHANDO a democracia - pilar fundamental do Estado Democrático de Direito. 

Segue link da matéria na íntegra: http://revistaepoca.globo.com/cultura/luis-antonio-giron/noticia/2012/06/parem-os-ciclistas.html





4 comentários:

  1. Olá Vivian, gostei do seu post. Eu que, enquanto motorista novo, depois do incidente sem danos que tive com um ciclista, fiquei bem mais atento. Concordo que os ciclistas não devem ser demonizados, assim como todas as pessoas que tem direito a circular pelos espaços urbanos (pedestres, ciclistas, motociclistas, carros, ônibus, caminhões e táxis). Fiquei bem mais diligente em relação aos ciclistas, assim como noto que alguns pedalam sem diligência nenhuma, um via de mão dupla andam quase no meio da pista, inviabilizando ultrapassá-los com 1.5m de distância sem entrar na via contrária... Não vejo vilões e nem mocinhos na história, vejo uma boa dose de falta de bom senso por parte de todos para que o trânsito seja fluido e seguro. Abraços!

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    1. André concordo com vc. O que me indignou foi ele generalizar todos em um discurso alienado. Sendo ele uma pessoa referência na mídia, dever ter um discurso com conteudo de verdade e não ofensas e choramingos. Bjo! PS: orgulhosa da sua evolução como motorista :)

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