10 de fev. de 2016

Quebrei no treino! E aí?

Quando estamos treinando para uma prova específica, é normal que nossas cobranças pessoais aumentem também, afinal há tantos fatores envolvidos na preparação (tempo, família, amigos, treinador, situação financeira, empenho pessoal, abdicações) que queremos que tudo saia da melhor maneira possível. Se estivermos falando de uma prova longa ou difícil, como um Ironman, a pressão aumenta. Se for no exterior, então...

Esses dias, uma amiga comentou comigo que havia "quebrado" em um pedal de 120km, pois havia sobrado e terminado um pouco antes de fechar o treino. Sem dúvidas, quando acreditamos estar treinando bem e algo assim acontece é uma "ducha geladona" , como ela mesma definiu. Ficamos chateados e a confiança abala... Hmmm, mas será que tem que abalar mesmo???

Quando isso não se torna algo comum, repetitivo nos treinos (porque se tornar típico, há algo errado e que precisa ser investigado!!), pode se tornar um bom aliado para nosso psicológico. Situações pontuais que fogem daquela fase "redondinha" de treinos, só tem a nos agregar e ensinar. Quando um fato ruim acontece durante um treino, mexe com seu psicológico, que está ali naquela zona de conforto da confiança. O atleta está lá, curtindo as médias altas, pace baixo, FC controlada, ou seja, pra ele está tranquilo, está favorável. De repente...páh! Essa zona da confiança sofre um impacto e o atleta tem que saber como lidar rapidamente para controlar essa situação, sob pena de comprometer todo um trabalho conquistado até então. 

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Comparando, imagine que você está confortavelmente sentando a mesa, fazendo uma refeição, e o cano da pia da cozinha estoura! Você tem que agir rapidamente ou o aguaceiro irá danificar toda a cozinha (quiçá a casa), além do desperdício de água. E depois, de resolvido, você sente mais capaz porque agiu rápido para conter o incidente. 



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E assim acontece quando algo ruim acontece nos nossos treinos: eles nos fortalecem porque temos que agir rapidamente para saná-los. Assim, se acontecer na prova, você já saberá como lidar e isso não afetará seu desempenho na competição, pois já vivenciou nos treinos. Idem em uma corrida, se um longão não fechou a km total, um treino de tiro não saiu "pra morte", o ritmado virou regenerativo, reconheça o que houve e aja para solucionar. 
Foi psicológico? Se sim, avalie o que o perturbou...stress, problemas pessoais, algo que aconteceu no local. 
Foi físico? Caso afirmativo, verifique o que aconteceu, faça os ajustes e, se necessário, e procure ajuda profissional. 

Ademais, se o corpo estiver cansado, vale a pena considerar um recovery sob pena de comprometer todos os treinos vindouros. Manter um feedback com seu treinador e informar a ele os altos e baixos é essencial para que a periodização seja bem feita e o atleta aproveite cada treino a seu favor. Insistir em algo que não está bom, nem sempre é persistência...Diminuir volume de treinos enquanto amigos e colegas estão se esguapelando nos tiroteios em pista não é fraqueza. Cada um tem seu biotipo, seus problemas, sua vida. Por isso, confiança no seu treinador e diálogo com ele são fundamentais para que ele possa conhece-lo e traçar a melhor periodização.

Sempre penso que o que for ruim, que aconteça no treino e não na prova. Logo, o que resta é aprender para prevenir ou saber solucionar. E aí, quebrou? Legal! Experiência adquirida, mente fortalecida e auto-conhecimento aprofundado. 

Bons treinos e até a próxima!

2 comentários:

  1. Boas palavras amiga. Temos Q trabalhar realmente muito o psicológico em épocas de baixa. E se for pra ter baixa, que seja no treino!

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  2. Adorei o post, Vivi!!! Sei bem como é isso né?

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